4 de agosto de 2011

33.

Quem me dera ter a paz de uma aranha.

Eu olhava além, até que encontrei algo entre o objeto observado e eu (a observadora). Em uma teia muito interessante e nem um pouco visível estava ela: a aranha. Olhei, com olhos amiudados, aquele inseto minúsculo, e o que antes chamava a minha atenção perdeu a nitidez para dar foco a aranha, tão pequenina. Todo o som e todo o resto do mundo parecia ter sido suavizado. O minusculo inseto aparentava flutuar no ar, mas estava pendurado na sua teia finíssima, quase invisível. Cada pequena brisa que passava por ela a movimentava brandamente, era deleitoso olhar para aquele ser tão pequeno que tentava sobreviver em um mundo imensamente maior e ver que ele ainda conseguia se pendurar e se balançar como uma criança com um sorriso singelo, sem nenhum medo, sem nenhuma expectativa. Queria ser como aquela aranha que não se desesperou diante de coisas tão grandes ou mesmo pequenas, queria, em um mundo tão violento, transmitir a paz a qual ela aparentava ter, a paciência, a simplicidade. Queria eu flutuar como uma aranha e ter a paz precisa para atravessar o dia sem a ameaça constante das feridas de um mundo tão triste.

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