AMOR E MEDO.
Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"
Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...
Casimiro de Abreu.
Os da segunda geração romântica são os melhores. E Casemiro arremata como se buscasse algo no âmago dele para atingir o âmago de todos que leem com o mesmo sangue que ele escreveu. Mas que bobagem: eu acabo de descrever o que é poesia.
ResponderExcluirÉ verdade! Acabas de descrever o trabalho de um poeta.
ExcluirÀs vezes acho que não deveríamos nunca ter saído do romantismo, daquela época tão nobre e bela. A realidade nos fez involuir nesse aspecto, acredito.