23 de fevereiro de 2014

79.


Eu queria ser a noite:
o céu escuro e misterioso
- escondendo naves espaciais que esperam por algum sinal -
os postes tão certos de não sei o que
o frio cortante.

Eu queria ser a noite:
as poças de água tão silenciosas
os paralelepípedos
os insetos vazios
as casas fechadas.

*

Tem uma estrela no céu bem agora
que vai ficando cada vez mais fraca
ameaçando sumir.
Ela parece estar se esforçando tanto...

Me apaga e te acende, ó estrela
já não quero ficar.
Brilha tranquila
e serei, enfim, a noite.

3 comentários:

  1. Nunca mais tinha vindo aqui. Que poema lindo, super inspirador, imagens fantasísticas. Tão delicado!

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  2. Maravilhoso! O meu favorito. Que dom bonito para a poesia você tem!

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